1o ESQUADRÃO DO 10o GRUPO DE AVIAÇÃO
"POKER"
(Histórico e descrição heráldica do Símbolo)
I - Histórico do 1o/10o G.Av.
A obtenção de dados de inteligência concernentes ao inimigo é uma necessidade que nasceu com o gênero humano na face da Terra. Com o nosso país não poderia ser diferente, desde os primórdios da História Militar Brasileira, sentiu-se a necessidade de informações sobre o inimigo e o 1º/10º Grupo de Aviação é a Unidade da Força Aérea Brasileira que tem por Missão: “Capacitar o seu efetivo em Ações de Reconhecimento Aéreo, Controle Aéreo Avançado, Supressão de Defesa Aérea Inimiga, Ataque e Apoio Aéreo Aproximado, a fim de contribuir para o Preparo das Unidades subordinadas à III FAE.”
Considerada uma das Unidades mais antigas da FAB, as origens do 1º/10º GAv remontam ao 2º Regimento de Aviação Militar, sediado no Campo de Marte, São Paulo, equipado com aviões "VOUGHT O2U-2A CORSAIR", no ano de 1932. Em 1944 a Unidade é transformada no 2º Grupo de Bombardeio Picado, sendo equipado com aeronaves A-35 (VULTEE VENGEANCE), sediado no 2º Corpo de Base Aérea de São Paulo, em Cumbica. Em 1947 a Unidade recebe a designação de 1º/10º Grupo de Aviação de Reconhecimento-Foto, equipado com aviões A-20 (DOUGLAS-HAVOC), adaptados com câmeras especiais, que passaram a receber, então, a denominação de R-20. O Esquadrão utilizou-os pela primeira vez, em missão específica, no dia 10 nov. 52, data comemorada até hoje por seus integrantes e ex-integrantes.
Desde então, outras aeronaves, como o RB-25 e o A/B-26, equiparam a Unidade. Em 1976 o Esquadrão recebeu o AT-26 "XAVANTE", primeira aeronave a jato e que, em 1978, acompanhou o Esquadrão na sua transferência para a Base Aérea de Santa Maria, localidade na qual opera até os dias atuais. Porém, o ambiente da guerra moderna, cada dia mais hostil aos vetores que buscam informações sobre o inimigo, obriga o aperfeiçoamento constante da nossa Aviação de Reconhecimento. Desta forma, a tecnologia de ponta mais uma vez alcança o Esquadrão POKER com o recebimento da primeira Aeronave RA-1, em 1999, bem como o Sistema Sensor RecceLite, em 2009. Integrou-se, assim, um moderníssimo sensor, de alta sensibilidade, na faixa do visível e do infravermelho, e de alta resolução espacial das imagens, a um avançado sistema de navegação e de armas, tornando a Força Aérea Brasileira mais operacional, na medida em que estende a ação do Reconhecimento Tático, tanto de dia como de noite.
Subordinado operacionalmente à Terceira Força Aérea (III FAE) e administrativamente à Base Aérea de Santa Maria, o 1º/10º GAv obedece ao mesmo padrão organizacional dos demais Esquadrões da Força Aérea, constituído pelas Seções de Pessoal (S1), Inteligência (S2), Operações (S3), Material (S4) e Guerra Eletrônica (S5), além das Seções de Comando, Comunicação Social, Médico de Esquadrão e Segurança de Voo. No entanto, a grande diferença do 1º/10º GAv é a sua estrutura ampliada para a interpretação das imagens e manutenção dos sensores. As Seções de Inteligência e de Material, onde estão alocados os recursos, humanos e materiais, especificamente, demonstram a vocação da Unidade para a coleta e análise de imagens, geração e disseminação das informações necessárias à Inteligência de Combate, fator fundamental no Processo de Tomada de Decisão dos Altos Escalões, responsáveis pelas ações de combate.
Dentre as Ações atribuídas à Unidade Aérea, a de Reconhecimento Tático tem como produto final os Relatórios de Missões de Reconhecimento (REMIR), elaborados através da análise das imagens, obtidas por meio dos Sistemas Sensores ou do Reconhecimento Visual das equipagens. As informações sobre o Teatro de Operações, requeridas pelos Comandos Operacionais, devem ser oportunas e atualizadas. Para tanto, o 1º/10º GAv deve estar capacitado a emitir seus REMIR no menor tempo possível após o pouso da aeronave. A rapidez com que os dados são processados e as informações divulgadas dependem do grau de treinamento dos Fotointérpretes (FI) e dos Técnicos de Informações de Reconhecimento (TIR), aliado à habilidade dos pilotos em observar, memorizar e descrever os alvos avistados. É este o desafio diário do 1º/10º GAv, a busca constante do aperfeiçoamento e da consolidação de novas técnicas, que assegurem aos Pilotos e aos Analistas de Imagens uma melhor integração de seus conhecimentos e habilidades, em proveito da Missão atribuída à Unidade, porquanto a modernização dos meios aéreos é da competência dos Comandos Superiores.
Os Sistemas Sensores utilizados pelo 1º/10º GAv possibilitam realizar missões de Reconhecimento Visual (Rec Vis), Reconhecimento Fotográfico (Rec Foto), no espectro visível e infravermelho, e Reconhecimento Meteorológico (Rec Met).
Nas missões de Reconhecimento Visual, o Piloto de Reconhecimento Tático tem que demonstrar a sua proficiência, pois ao sobrevoar os alvos, em território inimigo, durante poucos segundos, deverá ser capaz de observar, memorizar e descrever as características dos alvos visualizados.
As informações do Reconhecimento Meteorológico são indispensáveis ao planejamento das ações de guerra. Atividade que envolve análises climatológicas, imagens de satélites, observação visual e coleta de dados nas áreas de interesse. A crescente importância deste tipo de informação tem motivado, frequentemente, que Comandos e Organizações das Forças Armadas solicitem a participação da Unidade nas suas manobras e exercícios táticos.
O Reconhecimento Fotográfico no espectro infravermelho é uma importante ferramenta do Reconhecimento Aéreo, por apresentar dados significativos a respeito do nível de atividade dos alvos sensoriados, proporcionando uma visão dinâmica das atividades sensoriadas, permitindo ao Comando Superior quantificar com maior segurança o valor relativo do alvo em relação ao atrito inferido por parte das ações do inimigo, decorrentes de um possível ataque.
As equipagens do 1º/10º Grupo de Aviação são constituídas de Oficiais Aviadores e de Oficiais e Graduados Especialistas em Fotointeligência. Na formação básica todos realizam o Curso Básico de Reconhecimento (CBR), onde uma centena de tempos de aulas abrangem desde princípios de Sensoriamento Remoto, estudo das Categoria de Alvos, até fundamentos de análise de imagens, acrescentando-se, ainda, treinamentos de Percepção Visual de Objetivos (PVO).
Planejar sem informação é uma inutilidade. Da mesma forma, atacar o inimigo sem os dados de inteligência fornecidos pelo Reconhecimento Aéreo é como um tiro no escuro, com conseqüências previsíveis tal como citou "SUN TZU" em 500 A.C.: "Se conheceis o inimigo e a vós mesmos, não devereis temer o resultado de 100 batalhas. Se conheceis a vós mesmo mas não conheceis o inimigo, para cada vitória alcançada sofrereis uma derrota. Se não conheceis nenhum dos dois, sereis sempre batidos".
O Piloto de Reconhecimento Tático é o primeiro a sobrevoar o território do inimigo e, certamente, lá voltará, tornando-se o último a abandoná-lo, após ter coletado as informações sobre os danos levados ao inimigo. É o primeiro e o último no campo de batalha, carregando na alma e no coração o seu lema:
"DA PÁTRIA OS OLHOS ... NA GUERRA E NA PAZ...".
POKER
II - Descrição Heráldica do Símbolo
a) Interpretação do Símbolo
Data de 1867 a primeira observação aérea, ou seja, o primeiro reconhecimento como missão operacional para os exércitos do Marechal Luís Alves de Lima e Silva, o Duque de Caxias. De seu brasão surgiu o Leão rompante em goles armado e coroado, de azul celeste, com a figura máxima, mística e de tradição, para representar a coragem e a garra com que o 1°/10º GAv encara as missões operacionais, quaisquer que sejam ou venham a ser no futuro.
A bordadura em goles, internamente, é de saber, externamente, de honestidade, como a primeira das características com que o 1°/10º GAv exige que suas ações sejam tratadas.
Um listel de azul celeste, esmalte heráldico da Força Aérea Brasileira recebe a divisa 1º/10º GpAv em branco de pureza e simplicidade.