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R-99 OU AR-99 OU P-99? SERÁ VIÁVEL?
(Fórum no 26, out 2009)


Volto a bater na mesma tecla que iniciei em 2007 por um melhor aproveitamento do R-99. Como todos sabem, a FAB conseguiu uma extraordinária conquista para o Brasil com o SIVAM. É, sem dúvidas, um gigantesco sistema de vigilância que cobre toda a Amazônia e permite ao Brasil uma perfeita visualização, não somente ambiental como também de monitoramento do tráfego aéreo naquela região. Para isso contamos com seis satélites, dezenas de radares fixos e móveis, duzentas estações de monitoramento ambiental, trezentas estações radio transmissoras, três Centros de Vigilância e aviões de Reconhecimento e Vigilância capazes de identificar, dentre outras coisas, tráfegos aéreos e de superfície distantes trezentos quilômetros. Esses aviões são os olhos de condores que efetivamente têm mostrado uma grande eficácia em suas missões rotineiras, vigiando e vetorando interceptações a tráfegos de aeronaves suspeitas.

São os R-99A e B (E-99 e R-99). Seus equipamentos de última geração são capazes de oferecer um eficiente serviço a baixo custo e que mostram a nossa capacidade de projetar uma aeronave capaz de múltiplas funções que surpreenderam países com avançada tecnologia nessa área.

Agora faço uma pergunta:

- O quanto ainda podemos otimizar essas aeronaves aumentando sua capacidade operacional? Ouso colocar em discussão uma idéia, não sei se é nova, mas cada dia que passa acho-a cada vez mais viável e necessária. 

Lá vai:

- Sabemos que a Defesa Aérea tradicional utiliza vetores independentes para executar sua missão. Radares em terra e no ar, aeronaves de defesa aérea para interceptação e destruição e também a artilharia antiaérea de cano e de mísseis. Como atualmente estamos operando novos vetores de detecção que são os R-99, que tal otimizá-los para AR-99 (Reconhecimento e ataque)? Que acham da idéia de capacitá-los a transportarem mísseis... mísseis ar-ar ou mísseis ar superfície de longo alcance? Com isso, quanto poderíamos incrementar o poder aéreo da FAB? Percebo que essa é uma alternativa de baixo custo e alto ganho operacional. Sei que a EMBRAER já deve ter sido sondada para desenvolver um vetor de patrulha (P-99, P-175, P-195) com um certo potencial de ataque.EMBRAER R-99

Quem sabe se no futuro teremos mais uma opção sendo considerada e aplicada? Sonhar não ofende, entretanto sonhar pra si mesmo é pecaminoso, por isso e por outras hoje ponho meus sonhos no papel. Seria um avanço na Defesa Aérea, na Patrulha e na Busca e Salvamento, pois teríamos respostas mais rápidas às incursões aéreas, digamos, por uma Defesa Aérea Avançada e na Patrulha de superfície com alto potencial de reconhecimento marítimo, mesmo em altitude e em condições meteorológicas desfavoráveis (isso está comprovado nas buscas do AF-447, no oceano, com uma fantástica discriminação nas buscas de superfície que surpreendeu até os mais crédulos como eu). Seria o primeiro vetor a detectar e se contrapor a um ataque a uma grande distância em regiões de difícil acesso.

Uma detecção aérea a 140 milhas náuticas (MN) com uma velocidade de aproximação de 1.600km/h, o míssil de alcance de 60 MN (BVR, AIM-120 AMRAAM ou o R-77 Adder, russo, com 100 km de alcance e 80 km de raio de ação ideal; esse míssil pesa 175 kg e a Venezuela está negociando) Ele poderia ser lançado com segurança de uma distância de 110MN. A interceptação se daria a 55MN. O R-99 faria o lançamento, iluminaria o alvo retornando para uma área de segurança. E ainda, porque não dispor desse mesmo vetor para detectar alvos terrestres e marítimos a longa distância e usá-lo como plataforma de ataque? Missões de esclarecimento marítimo estão comprovadamente viáveis com o R-99? Lógico que sim. A detecção de um Snorkel pode se dar a 80 MN. Até mesmo de um periscópio a uma distância menor. Alvos maiores de superfície podem ser detectados com muita precisão a maiores distâncias, 150MN.

As missões de esclarecimento marítimo ganhariam um grande incremento. Na verdade, missões anti-submarinos contra alvos com a tecnologia nuclear submersos são difíceis de detecção e ainda não estariam incluídas neste “pacote”. Isso seria deixado para os “P-3” que a FAB adquiriu recentemente e estão sendo revitalizados na Espanha. Ataques com artefatos tipo Exocet a alvos de superfície teriam um índice de êxito bastante elevado. Depois do ataque inicial desses vetores, o complemento tradicional aconteceria. Os atuais vetores de ataque e defesa completariam a missão. 

Uma necessidade de realizar um patrulhamento a baixa altura poderá ser suprida pelo complemento operacional, o P-95 ou outra aeronave, mas o R-99 é um avião com excelente autonomia (e que pode ser incrementada com reabastecimento em voo) e é capaz de detecção a longo alcance com uma alta resolução discriminada de seus sensores. Mísseis poderiam ser transportados nas suas asas ou em alojamentos na fuselagem (tipo o F-117 Nighthawk). O R-99 é relativamente grande para receber esse incremento operacional.

Acho que podemos pensar no assunto e, quem sabe, estudá-lo. É fácil? Não. É viável? Sim, é viável. Vai implicar em uma grande alteração doutrinária, estrutural e eletrônica. Representará um novo desafio à capacidade de desenvolvimento na operacionalidade da Força Aérea e à inteligência e à criatividade na área da nossa Indústria Aeronáutica e de Defesa. Será uma inovação no poder aeroespacial de grande alcance. Será um projeto caro? Pode ser. É caro revitalizar os P-3 na Espanha? É, mas estamos revitalizando. Também acredito que um projeto dessa monta deve ser continuidade ao já existente na Embraer com o advento dos “R-99”.

Lembrem-se que o Cindacta transformou o Sistema de Defesa Aérea tradicional. Isso demonstra nossa inteligência para inovações. A discussão está aberta. Vontade e criatividade são os vetores mais importantes do “fazer acontecer”. Os “sonhos” somente são pecados se deixá-los somente nos “sonhos”. Realizá-los é o desafio dos homens.

SENTA A PÚA !

Cel.Av.Ref. Alfredo Severo Luzardo
Piloto de Caça - Turma de 1963


 

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